Norberto Keppe*
Texto do livro Parusia – Restauração do Paraíso
Como o mal é a privação que fazemos ao bem, não é difícil reconhecer que continuamos habitando o Paraíso Terrestre, ignorando-o por soberba e inveja do Criador.
Assim sendo, podemos dizer que tudo o que existe no Planeta é bom, enquanto não o atacamos e destruímos, o que mostra a existência do mal vindo da vontade invertida do ser humano e seus demônios.
Temos de considerar que as guerras e conflitos armados entre os povos têm causado transtornos, até mesmo na estrutura geológica, com vulcões sendo ativados, tremores de terra, secas ou chuvas torrenciais.
Quando se fala de Retorno ao Paraíso no qual vivíamos, não é correto, porque ainda estamos nele, sem aceitá-lo devidamente por motivo da atitude invertida, provando que fomos nós que o rejeitamos, como continuamos a fazê-lo até agora – de maneira que o Paraíso, no seu sentido ambiental, natural, continua existindo, e nós, por causa dos vícios, continuamos recusando-o.
Portanto, posso afirmar que os desastres se tratam da manifestação de sentimentos negativos, patológicos, de negação ao bem.
Se estamos dentro do Paraíso Divino (Éden), por que não o vivemos? Somente por um motivo: porque o substituímos por vícios, que o contrariam – posso dizer que somos nós que nos afastamos dele, e não porque fomos expulsos.
O Gênesis, na Bíblia, fala claramente que Deus avisou que não deveríamos nos opor ao Bem e à Felicidade, em que fomos agraciados por Ele, e é exatamente, o que sempre estamos fazendo.
Não podemos nos esquecer que fomos criados para viver eternamente, e pela maneira que escolhemos o que parece mais evidente, é o fato de estar continuando na mesma atitude de Adão e Eva, misturando o Bem com o Mal, o Certo com o Errado, como se fosse o Ideal – essa atitude se tornou a mãe de todos os males subsequentes, denominados de pecados, baseados no que existe, e em sua privação.
Logo de início, essa atitude ocasionou um forte rebaixamento mental, tirando o ser humano do verdadeiro conhecimento. Por esse motivo, quem está mais do lado do Ser Divino, abomina a interferência dos seres malignos rebaixados, mas os que estão com estes últimos, nem têm mais capacidade de reconhecer o mal que sofremos por eles.
90% de todo o trabalho que o ser humano faz é para consertar os estragos que os espíritos malignos praticaram – a Medicina foi organizada para tratar das doenças que os diabos nos causaram; o Direito, para endireitar as suas atitudes invertidas; a Física, para poder usar da energia, que os diabos nos subtraíram; a Agricultura, os alimentos que passamos a necessitar, senão morreríamos de fome; a Indústria, para realizar a maior parte de nossas atividades; enfim, temos agora de providenciar o que antes tínhamos em abundância.
Não é possível ao indivíduo que está na patologia perceber o que é sanidade, assim como o cego distinguir objetos, o surdo os sons, qualquer realidade, quem está no delírio – a Humanidade deve conscientizar seu estado doentio, para retornar à sanidade.
Veja o leitor que deixamos o Bem, em que vivíamos perfeitamente, para cair na inversão demoníaca – por esse motivo, é absolutamente necessário perceber esse terrível engano, para reviver o Paraíso em que vivemos aqui e agora.
*Norberto Keppe: Psicanalista, filósofo, cientista social, pedagogo e físico independente, autor de 44 livros, fundador e presidente da SITA – Sociedade Internacional de Trilogia Analítica, que unificou a ciência à filosofia e teologia