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Cláudia B. S. Pacheco*
 Trecho do livro A Cura pela Consciência – Teomania e Estresse

O ser humano habituou-se a associar psicoterapia com conscientização de falhas, de erros, de doença. Mas as linhas de psicoterapia que adotam essa conduta incorrem numa alimentação constante da patologia do cliente – o que vem a ser justamente a negação, omissão ou alteração da sua sanidade.

Essa visão trágica é comum na Psicanálise – que enfatiza somente a visão da patologia. É por esse motivo que muitas pessoas, que se submetem a esses tratamentos, não conseguem melhora e até pioram.

A Trilogia Analítica vê como real conscientização o ato de se perceber que a loucura consiste nessa vã e constante tentativa de destruir a sanidade. Procuramos todo o tempo mostrar ao cliente que ele está se cegando para a visão de quão maravilhoso é o seu interior, de como está se prejudicando, adoecendo, por não querer admitir sua semelhança com Deus.

Arnold Keyserling fala da Segunda Mutação do Homem. De Homo Sapiens, o homem passará a ser o Homo Divinans. Estamos, de certa maneira, de acordo com ele, pois acreditamos que agora é chegado o momento de assumirmos a consciência de que somos seres criados para o Divino e que não podemos viver de outra forma, sob pena de adoecermos física, psíquica e socialmente. Dr. Keppe diz que os povos primitivos não são os que não evoluíram até um determinado estágio, mais semelhante ao que Deus é, mas são os que, por rejeitarem tal condição, regrediram, atrofiando suas capacidades mentais e mesmo físicas. E isto se aplica aos neuróticos e psicóticos.

Darei como exemplo prático a sessão de uma cliente:

Cliente: – Agora que vocês vão mudar o consultório para mais longe, eu acho que não poderei chegar a tempo para as sessões em grupo, pois será uma longa caminhada a pé.

Terapeuta: – A senhora não pode ir de táxi?

 C.: – Ah! O táxi não vai querer me levar a uma distância pequena.

T.: – A senhora não quer se levar. Mas o que representa o grupo para a senhora?

C.: – Ah, doutora, eu não gosto mesmo do grupo. Acho que o grupo representa a consciência…

T.: – Consciência de quê?

C.: – Bem, eles me mostram as minhas falhas, a minha doença, que eu quero esconder…

T.: – Note que a senhora inverte totalmente: esconde a sua sanidade, não a doença. A loucura é justamente isso: escondemos o que temos de mais bonito em nosso interior e na realidade. O grupo lhe mostra justamente isso. A senhora quer acreditar que é uma pessoa doente, um caso perdido, e não que tem maravilhas na sua vida e não quer utilizá-las, como o grupo tem tentado lhe mostrar.

*Psicanalista e escritora, com 12 livros publicados. Vice-presidente da SITA, presidente e fundadora da Associação Keppe & Pacheco e da STOP a Destruição do Mundo, Diretora das Faculdades Trilógicas Keppe & Pacheco.

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