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O aspecto mais importante do trabalho de Keppe, a chave principal da Trilogia Analítica, é o processo de interiorização. “O homem interiorizado é o homem são.” Chegamos através da ciência à mesma conclusão de Santo Agostinho e de Sócrates na filosofia.

A beleza do corpo do ser humano, dos seus músculos, seu cérebro, seu rosto são reflexos muito apagados da perfeição que existe no interior. A beleza dos animais, da natureza, dos astros, do universo são uma pequena parte da beleza do ser humano.

No nosso interior, além da Beleza, existe o Amor, que não existe na realidade externa. Por mais que tentemos, jamais nossa imaginação poderia atingir as delícias e a satisfação que a Sanidade interna nos traria se a aceitássemos completamente.

A Trilogia Analítica desenvolveu uma técnica de interiorização que propicia este contato. Trata-se da técnica comparativa, onde cada elemento do mundo externo é transportado dialeticamente para o interior do homem.

Desta forma, quando colocamos “os outros” dentro da vida psíquica do cliente, ele se acalma, reconhecendo o valor que tem em seu interior, o enorme mundo que tem dentro de si, amenizando sua inveja. Se vemos o mal vindo dos outros, também o fazemos com o bem, invejando o que imaginamos não possuir. Mas se o reconhecemos em nós, logo nos acalmamos.

Keppe notou que a pessoa que procura a análise nunca fala de si diretamente. Quando fala de si mesma, mente ou, na melhor das hipóteses, conta sobre as fantasias que elabora a seu respeito. E que, quando fala de terceiros, aí sim revela-se. Por este motivo passou a utilizar somente a técnica comparativa com a finalidade de obter melhor material para interpretação. O indivíduo precisa de um espelho para poder se ver como é, tanto no mundo físico como no psíquico.

Como exemplo, citamos o caso da cliente R. S., quando falava a Keppe a respeito de sua forte oposição à análise e à pessoa dele. O diálogo foi o seguinte:

K — O que a senhora acha de mim ?

R — Acho que o senhor fala coisas certas, mas é muito megalômano e se acha o dono da verdade.

K — Então a senhora disse, através de mim que, apesar de saber o que é certo, age de maneira megalômana e se acha a dona da verdade.

A partir do momento em que o ser humano começa a aceitar essa volta para si, então inicia-se a cura. Quanto mais faz esse movimento, mais se ampliam seus horizontes. O ser humano muito interiorizado chega a perceber coisas dentro de si que não existem correspondentemente no universo externo, pois o seu íntimo é o que há de mais perfeito em toda a criação.

Se temos essa maravilha em nós, então por que não a usufruímos? Keppe explica essa recusa por ser o nosso interior o reflexo da beleza divina. A Sanidade que vemos dentro de nós não é nossa realização, e, diante de tanta grandeza e maravilha, cegamo-nos pela terrível inveja que sentimos daquele que nos presenteou com ela. Assim é que a humanidade passou a ver a vida como algo feio, penoso, sem sentido e angustiante, e o “papel” que representamos está longe de ser a expressão da nossa realidade interna.

 

Cláudia B. S. Pacheco, Extrato do livro A Cura pela Consciência – Teomania e Estresse

Psicanalista e escritora, com 12 livros publicados. Vice-presidente da SITA, presidente e fundadora da Associação Keppe & Pacheco e da STOP a Destruição do Mundo.

Jornal STOP a Destruição do Mundo | Ano X – N°101 | Faculdade Trilógica Keppe & Pacheco

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