Norberto Keppe* Extrato do livro A Libertação dos Povos – A Patologia do Poder
Gostaria de falar especialmente aos jovens, estudantes e trabalhadores, que trazem dentro de si os mais caros ideais, e acreditam que podem melhorar muito a humanidade.
Quero avisá-los que, no passado, os adultos de hoje eram exatamente iguais a vocês, e pouco a pouco foram abafados por algo que não sabiam muito bem — e finalmente podemos enxergar agora: o poder econômico-social, que nos impede de desenvolver, destrói e deturpa nossa existência.
Aos estudantes e trabalhadores de todos os países, gostaria de falar que a sociedade ideal que vocês imaginam, está à nossa frente, a ser formada em brevíssimo tempo — porque finalmente encontramos todos os meios para realizá-la.
Vocês, que estudam em escolas, ou trabalham em empresas organizadas pelos poderes econômico-sociais, para servir a eles, não desanimem, pois poderemos transformá-las rapidamente para servir aos nossos interesses, para desenvolver a verdadeira ciência e artes; o esforço de milhares, que se sacrificaram, para que pudéssemos ter uma existência melhor, não foi em vão. Chegamos ao momento de realizar todos os incríveis sonhos, que povoaram a mente de todos os indivíduos de valor que habitaram este mundo.
O jovem é a chama viva dos mais caros ideais da humanidade; ele é a esperança de todo país, a alegria, a vida e o afeto vivo. Porém, ele não pode continuar assim por muito tempo, porque os “ideais” que encontra na sociedade são bem diferentes daqueles que traz em seu coração.
Pouco a pouco, ele entra em brutal choque com a ambição e cobiça, a intriga e inveja dos que têm o poder econômico-social, e é impedido de continuar com seus mais caros sonhos. Muitos deles se deixam corromper, outros se afastam do ambiente social, e ainda um certo número luta valentemente para mudar a situação. É para estes principalmente que a Trilogia Analítica foi criada.
Queremos ser livres, como é o próprio Criador. Se não, de que adianta viver? Todos os seres humanos foram criados com o mesmo nível de inteligência; alguns manifestam mais capacidade intelectual do que outros, pois são menos invejosos; a questão de entender está na dependência direta dos sentimentos: só os que têm muito afeto é que podem realizar no campo do entendimento. E os mais invejosos é que tomaram as rédeas da sociedade, para escravizar o povo e impedir seu desenvolvimento; assim, todo esse enorme cabedal humano de talentos e gênios queda inutilizado.
O jovem está praticamente impedido de usar seus dons, pois a vida profissional foi colocada na dependência dos interesses escusos dos que têm o poder econômico-social. Temos de romper essa situação anormal, para que possamos viver com dignidade.
Não creio que o maior sonho da humanidade tenha acabado: o que todos os seres humanos desejaram realizar, de mais belo, verdadeiro e generoso. Estou me referindo à possibilidade de chegarmos agora a esta aspiração comum, desde que sejam brecadas as pessoas que impedem tal realização.