A única e verdadeira Medicina é a psicossomática. A maneira como ela é praticada, atualmente, não é a real, pois supervaloriza o orgânico, tentando negar a importância do psicológico, que é a causa mestra de todo desarranjo no organismo.
Mesmo os médicos, que dizem praticar a medicina psicossomática, costumam tratar de seus clientes através de calmantes, o que, na realidade, só encobre a maioria das causas das doenças, que é psicossocial. Nesse caso, os sintomas podem ser aliviados temporariamente, mas eles retornam assim que a ingestão de medicamentos se interrompa. Além disso, os calmantes e psicotrópicos causam efeitos colaterais graves e desagradáveis — às vezes piores do que os da doença que pretendem combater.
Hipócrates, o pai da Medicina, afirmou que “não existe a doença, existe o doente”. É evidente que somos uma unidade indissolúvel entre psíquico e físico, com a predominância do primeiro, pela sua superioridade. Portanto, todo doente adoece psiquicamente primeiro, e, em consequência, fisicamente.
Os leitores nos perguntarão: mas, e os vírus, as bactérias, as irradiações atômicas, as verminoses, a desnutrição, as doenças hereditárias, de onde surgem? Ao que responderemos: a vida atual neste planeta está muito distante de ser o que deveria ser. Muitas doenças atuais são o resultado da destruição gradativa do nosso planeta pelas mãos dos próprios homens e não deveriam existir.
A relação entre o estresse, as doenças psicossociais e as orgânicas está melhor explicada no meu livro A Cura pela Consciência — Teomania e Estresse. Lá eu procuro esclarecer como a luta que o ser humano faz contra a consciência de seus erros e dos problemas sociais pode adoecê-lo e, até mesmo, levá-lo à morte.
Cláudia B. S. Pacheco
Psicanalista e escritora, com 12 livros publicados. Vice-presidente da SITA, presidente e fundadora da Associação Keppe & Pacheco e da STOP a Destruição do Mundo.